sexta-feira, 27 de novembro de 2009
Arena da consciência
O artigo abaixo é uma contribuição de Miguel Idiart Gomes, integrante da direção da setorial de juventude do PT
O significado da palavra consciência para Descartes define-se como conhecimento reflexivo, “ser consciente é apreender-se a si próprio de modo imediato e privilegiado”. Assim, a consciência dos indivíduos forma-se através do diálogo.
Já para Paulo Freire, o atributo básico do homem é a consciência, “quanto mais conscientizados nos tornamos, mais capacitados estamos para ser anunciadores, graças ao compromisso de transformação que assumimos.(...)”, ou seja, a consciência é gerada na prática social da qual se participa.
Nesse sentido, cabe ao indivíduo, consciente e comprometido, denunciar situações que lhe impeçam de exercer a sua cidadania, caso contrário se torna alienado.
Na concepção de natureza humana, Marx não tinha dúvida nenhuma de que a condição material é que condiciona a consciência que vai se gerando historicamente.
É na “arena da consciência”, em que os grupos sociais, segundo Gramsci “devem elaborar as mais refinadas e decisivas armas ideológicas” ou estarão a mercê de uma hegemonia elitista que manterá em exercício o seu projeto dominante. E através da educação, a cultura, a organização generalizada do saber e da experiência, se dará a independência das massas.
A contra-hegemonia ao um elitismo predominante no estado do Rio Grande do Sul é urgente e necessária. Um governo autoritário que se destaca por suspeitas e indiciamentos de corrupção e formação de quadrilhas, recebe apoio de setores comprometidos com a manutenção de esquemas e de grandes negócios.
A organização coletiva em torno de um projeto estadual, requer o esforço de desenvolver, em conjunto aos setores populares, uma oposição à elite dominante e dar condições de participação política para uma alternativa que ao mesmo tempo dialogue e dispute na “arena da consciência” a hegemonia.
Esta tarefa não é nada fácil, pois a ideologia dominante de toda sociedade é a ideologia da classe dominante no sentido que está no controle dos meios de produção ideológica, como nos meios de comunicação, na escola, nas universidades, nas religiões, etc.
As greves de categorias por reivindicações salariais, reduções do tempo de trabalho e outras lutas para melhoramento das condições de trabalho, ou passeatas estudantis em defesa da qualidade de ensino, são exemplos do produto imediato da ação, e essa experiência pode formar e promover a consciência.
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